A ESCRAVIDÃO
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Os erros, a preguiça ou a desobediência eram punidos das mais diversas e
brutais maneiras, desde a palmatória e o chicote até os muito violentos, a
plicados publicamente para servirem de exemplo aos demais escravos.
Sobre as feridas colocava-se sal, para que a dor se prolongasse.
O preconceito em relação ao negro ainda permeia a mentalidade da sociedade brasileira. O padrão estético ocidental - a cor branca - marca profundamente o nosso cotidiano, seja através dos manuais didáticos ou então pelos valores disseminados pelos meios de comunicação, que apresentam a cultura negra de forma estereotipada. O aspecto folclórico, de uma maneira geral ressaltado, objetiva, em última instância, reduzir a cultura negra a padrões inferiores. Estas posições se assemelham às justificativas utilizadas no século XIX para manter o negro no cativeiro: o "negro boçal", infantilizado, o único capaz de enfrentar a dura labuta das atividades agrícolas. "Malandro", "ladrão", "feio", "preguiçoso", são as imagens distorcidas decorrentes de séculos de escravidão.
Os defensores da escravidão, no Brasil Império, usavam esses estereótipos para respaldar a violência. Eles afirmavam que o negro era um "ser inferior", fazendo parte de uma sub-raça intermediária entre os homens e os animais, só trabalhando sob severa vigilância. O seu aspecto físico servia também de argumento para escravizá-lo: o seu crânio, por exemplo, era "menor que o do branco", com "uma organização cerebral inferior", somente podendo desenvolver as atividades mais rudimentares, pois não possuía "capacidade para desenvolver as mais intelectualizadas".
Estas concepções justificavam o escravismo. Defendiam a vinda dos africanos para a América como "um ato de caridade", porque estariam salvos de uma escravidão mais horrível e até mesmo da morte brutal, escapando à barbárie, a um clima agressivo, a um estágio selvagem de civilização. A cristianização dos negros era outra alegação, na época, para a manutenção do cativeiro, porque suprimiria os "costumes bárbaros" e a "feitiçaria" e, paralelamente, frearia as revoltas e a insubordinação. Afirmavam que os negros eram "filhos de Cam - filhos do maldito - " e que não alcançariam a "salvação". No entanto, conforme os preceitos cristãos divulgados pelos clérigos, eles deveriam aceitar o cativeiro com paciência, pois assim seriam recompensados após a morte, quando sairiam deste "vale de lágrimas", ingressando no "Reino dos Céus". A disseminação destas idéias visava manter os escravos submissos.
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