TRÁFICO INTRAPROVINCIAL DE ESCRAVOS
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Recibo de venda de escravo.
Memorial do Rio Grande Do Sul, coleção Pedro Correia do Lago.
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Aos escravos cabiam todos os serviços das plantações, desde a derrubada das matas, a queima dos troncos e a limpeza do terreno, até o plantio, a colheita e o preparo do produto para a venda. A abertura de caminhos e a construção da casa-grande e da senzala também eram tarefas dos escravos. Por isso, o mercado interno permaneceu aquecido mesmo com a subida do preço após a abolição.
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Mesmo com a proibição do tráfico internacional, os negros continuavam disponíveis para compra e venda no território nacional, de acordo com os interesses dos fazendeiros.
Acima, o trabalho escravo nas cidades.
Museu Histórico Nacional.
A paralisação do tráfico negreiro internacional, em 1850, não significou que os escravos não fossem transportados à força para outros locais, visando ao atendimento das necessidades dos proprietários de terras. Inicialmente, ocorreram tentativas de contrabando de africanos, durante a década de 1850 e mesmo posteriormente. As dificuldades para a vigilância de um litoral extenso e os interesses locais dos fazendeiros facilitavam a ação deste comércio ilícito. No entanto, o desembarque clandestino de africanos apresentava diversos perigos em função das penalidades severas estabelecidas pelo governo.
O tráfico interprovincial apresentou-se como a saída mais utilizada pelos fazendeiros, em especial do Sudeste. A incorporação de escravos originários do Nordeste supriu as lavouras cafeeiras em expansão. As estimativas indicam que, entre 1850 e 1888, foram transferidos aproximadamente 200.000 cativos. A venda dos escravos foi uma das formas de muitos proprietários de terras nordestinos saldarem as suas dívidas. As secas ocorridas na região, na década de 1870, também contribuíram para que o Nordeste perdesse aproximadamente 50% do seu plantel de escravos.
O comércio interno de escravos caracterizava-se também por suas condições brutais, não se diferenciando do seu congênere africano. O tratamento dispensado aos negros era o pior possível e os navios utilizados assemelhavam-se aos "tumbeiros". O transporte por via terrestre não fugia à regra da violência. Apesar das críticas, o tráfico interprovincial, e também intraprovincial, manteve-se até o término da escravidão, pois as novas áreas se abasteciam das que estavam em declínio. O escravismo começou a perder a sua importância no Nordeste e no Sudeste os cafeicultores buscaram outras alternativas, como o imigrante, para suprir a falta de braços para a lavoura em expansão.
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