REVOLTA DOS ESCRAVOS MALÊS
Instrumentos de castigo de escravos: viramundo, libambo, cinto de ferro, palmatória, mordaça, gargalheiras, algemas e ferros de marcar.
Museu Histórico Nacional.
REVOLTA DOS ESCRAVOS MALÊS
Salvador tornou-se o cenário de uma insurreição de escravos muçulmanos. A Revolta dos Malês, como ficou conhecida, foi mais uma das ocorridas entre 1807 e 1830 na Bahia, em decorrência das péssimas condições de vida dos cativos. Ela eclodiu na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835, nas ruas da cidade, quando diversos africanos, incluindo libertos, enfrentaram as tropas e civis armados. A denúncia de uma liberta preveniu as autoridades governamentais, impedindo que o movimento se alastrasse. Apesar da duração de menos de quatro horas, foi o levante que envolveu o maior número de escravos. Participaram centenas de africanos, sendo que setenta morreram, enquanto mais de 500 foram punidos com pena de morte, açoites e deportação.
A revolta ocorreu em um momento de crise. Enquanto a lavoura açucareira se ressentia da queda dos preços no mercado internacional, os gêneros alimentícios sofriam um aumento, agravando a miséria das camadas mais pobres da população. As divergências entre as elites políticas facilitaram a eclosão de movimentos contestatórios dos segmentos marginalizados. A maioria dos revoltosos eram escravos de ganho da nação nagô que conviviam com libertos pelas ruas de Salvador. A etnia nagô era predominante entre os rebeldes e se tornou um elemento de aglutinação, assim como o islamismo. A rebelião, devido à sua dimensão, repercutiu em todo o Império, aumentando o grau de vigilância dos senhores sobre os seus cativos.
Livro encontrado no pescoço de um escravo morto durante a
Insurreição dos Malês, na Bahia, em 1835.
0 comentários:
Postar um comentário