OS MONARQUISTAS

AS REAÇÕES MONARQUISTAS

Foto da família imperial brasileira nos jardins do Castelo de Voiron,
na França, em 1890, após ser banida do Brasil.
Coleção Wanderley Pinho.


O Visconde do Ouro Preto foi preso em 1890.
Museu Histórico Nacional.


Os primeiros governantes republicanos temiam a resistência dos partidários do antigo regime, civis ou militares. Mas as reações monarquistas estiveram mais presentes nas suas preocupações e temores constantes do que nas ações concretas dos defensores do antigo sistema. As medidas tomadas pelo novo governo ou assumiram caráter preventivo, ou responderam duramente a agitações encaradas como subversivas, contra-revolucionárias ou como ameaçadoras à nova ordem.

No dia seguinte à Proclamação, decretou-se o banimento da família real. Deu-se a ela vinte e quatro horas para deixar o país. Depois, foram aprisionados aqueles tidos como monarquistas perigosos, como o Visconde de Ouro Preto e seus filhos, o senador Gaspar Silveira Martins, Ferreira Viana e outros. Alguns deles, mais tarde, também foram banidos, acusados de financiar as rebeliões que se seguiram.

Tampouco nos estados houve resistência. O governo provisório nomeou pessoas de confiança para substituir os presidentes das províncias. A tropa e grupos republicanos asseguravam a transição para o novo governo. Na Bahia, houve proposta de resistência e até de separação, que desapareceu com a notícia da partida da família real. As posteriores adesões de monarquistas sepultaram a possibilidade de reação nas províncias. Políticos da monarquia, como o conselheiro Antonio Prado, aconselhavam a aceitar o fato consumado.

Algumas rebeliões militares despertaram novos temores. A 18 de novembro, o 25º Batalhão de Infantaria amotinou-se em Desterro e os soldados desfilaram com a bandeira imperial. Os marinheiros da corveta "Niterói" ameaçaram com um desembarque monarquista. O mês de dezembro fervilhou com boatos, até que no dia 18 começou o levante do regimento aquartelado em São Cristóvão, com repressão e mortes. Os rebeldes foram presos e alguns condenados à pena capital, mas esta foi comutada para galés perpétuas; outros receberam sentenças menores.

A reação teve seus desdobramentos na criação de um tribunal especial para julgar os que estimulassem a revolta civil ou indisciplina militar, na legislação contra os que disseminassem boatos, na limitação à liberdade de imprensa, na prisão e punições de jornalistas e redatores, no empastelamento de jornais identificados com a restauração monárquica.

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