POSITIVISMO E EXÉRCITO

Benjamin Constant era representante do positivismo
de Auguste Comte no Exército.
Museu Histórico Nacional.

POSITIVISMO E EXÉRCITO

O positivismo foi uma corrente filosófica criada pelo francês Auguste Comte (1798-1857) em meados do século XIX. Comte considerava que existiam três estágios na evolução das sociedades: o teológico, o metafísico e o positivo, correspondentes ao escravismo, feudalismo e capitalismo. Ele acreditava que o mundo ocidental tinha ingressado em um período de transição entre as etapas metafísica e positiva, com a derrubada da monarquia pela Revolução Francesa. Para alcançar a fase positiva, tornava-se necessário o estabelecimento de uma república ditatorial, única forma de atingir a "ordem e o progresso". Em linhas gerais, estas são as principais características do positivismo no que concerne à sua influência no Brasil na segunda metade do século XIX.

Essas idéias foram adaptadas à realidade brasileira e tiveram uma grande influência entre diversos intelectuais, como Miguel Lemos, Teixeira Mendes e Benjamim Constant, que fundaram, em 1876, a primeira sociedade positivista, mais tarde transformada em Sociedade Positivista do Rio de Janeiro. Em 1881, deu origem à "Igreja Positivista do Brasil". Os positivistas criticavam a escravidão e defendiam reformas no âmbito do ensino. "Reformar conservando" era o lema dos positivistas vinculado à preservação da "ordem".

A difusão do positivismo no Exército foi feita por Benjamim Constant, professor da Escola Militar desde 1873. Nas suas pregações aos "cadetes filósofos", exaltava o papel íntegro dos militares, "puros e patriotas". Assim, esses jovens oficiais sentiram-se responsáveis por uma "missão salvadora" para arrancar o país do atraso e dos políticos "corruptos, venais e sem nenhum patriotismo". Assim, havia um clima formado, no final do Império, para um golpe militar.

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