ALGODÃO E TABACO

Brasil - Exportação de Mercadorias durante o Século XIX

Percentual sobre o total das exportações para oito produtos da pauta de exportação

Década

1821 a 1830

1831 a 1840

1841 a 1850

1851 a 1860

1861 a 1870

1871 a 1880

1881 a 1890

1891 a 1900

Café

18,4%

43,8%

41,4%

48,8%

45,5%

56,6%

61,5%

64,5%

Açúcar

30,1%

24,0%

26,7%

21,2%

12,3%

1,2%

9,9%

6,6%

Cacau

0,5%

0,6%

1,0%

1,0%

0,9%

1,2%

1,6%

1,5%

Erva-mate

0,0%

0,5%

0,9%

1,6%

1,2%

1,5%

1,2%

1,3%

Fumo

2,5%

1,9%

1,8%

2,6%

3,0%

3,4%

2,7%

2,2%

Algodão

20,6%

10,8%

7,5%

6,2%

18,3%

9,5%

4,2%

2,7%

Borracha

0,1%

0,3%

0,4%

2,3%

3,1%

5,5%

8,0%

15,0%

Couros/Peles

13,6%

7,9%

8,5%

7,2%

6,0%

5,6%

3,2%

2,4%

Fonte: Comércio Exterior do Brasil, n. 1, C.E.e n. 12-A do Serviço de Estatística Econômica e Financeiora do Ministério da Fazenda, em Hélio Schlitter Silva, "Tendências e Caracterísitcas Gerais do Com. Ext. no Séc. XIX" , Rev. de Economia Brasileira, jun. 1953, p. 8.

ALGODÃO E TABACO

O algodão, já conhecido pelos nativos, adquiriu um lugar importante na pauta de exportação a partir da segunda metade do século XVIII, para atender às necessidades decorrentes da Revolução Industrial na Inglaterra. As principais lavouras encontravam-se no Maranhão. Elas receberam um impulso devido às guerras de independência dos Estados Unidos, principal fornecedor do produto para as fábricas inglesas.

Com as guerras napoleônicas, no início do século XIX, e a alta de preços no mercado internacional, surgiram novas áreas produtoras. As condições externas facilitaram a disseminação do cultivo por outras regiões, do Pará à Bahia, do litoral ao interior de Minas Gerais e Goiás. A lavoura não requeria grandes investimentos, sendo uma cultura de plantadores modestos. Entretanto, o retorno à normalidade da produção norte-americana teve efeitos nefastos na lavoura brasileira. O algodão, que havia alcançado o segundo lugar no comércio externo do Brasil, caiu violentamente: de 20,6%, na década de 1820, foi para 7,5%, em 1840, entre os artigos exportados.

A lavoura algodoeira sofreu um novo surto de prosperidade por ocasião da Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865). Novas técnicas foram introduzidas, tanto no cultivo quanto no beneficiamento, como a utilização das primeiras máquinas de descaroçar o algodão. Entretanto, inexistiam condições do produto brasileiro competir com o similar produzido nos Estados Unidos e também na Índia e no Egito. Assim, ele se manteve como um artigo secundário ao sabor das oscilações internacionais.

O tabaco servia basicamente para a obtenção de escravos africanos, através do escambo, desde o período colonial. O sul da Bahia era a principal região produtora. Mas sua cultura se espalhava por diversas regiões do Brasil, no início do século passado. Sendo um produto que dispensava meios sofisticados no beneficiamento, era também cultivado por lavradores modestos. As restrições ao tráfico intercontinental na primeira metade do século XIX abalaram profundamente a produção, que só se recuperou no final do Império, quando conseguiu novos mercados.

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