REVOLTA DO VINTÉM


Passaporte de um escravo emitido pela polícia da província da Bahia. Memorial do Rio Grande do Sul.


José do Patrocínio, um dos líderes da Revolta do Vintém.
Museu Histórico Nacional.

REVOLTA DO VINTÉM E O ABOLICIONISMO

Em janeiro de 1880, ocorreu no Rio de Janeiro uma reação popular contra uma taxa, criada pelo governo, que incidia sobre o transporte urbano, repassada para o usuário. A "Revolta do Vintém", como ficou conhecida, teve como conseqüência a destruição de bondes, no centro da cidade, e uma repressão policial violenta que resultou em mortos e feridos. Ela marcou profundamente o início da década, pois favoreceu a participação de novos atores no cenário político da Corte e do Império. As discussões políticas, até então restritas ao Parlamento, ganharam as ruas e praças públicas.

Os jornais abolicionistas apoiaram a revolta. José do Patrocínio, redator da "Gazeta de Notícias", um dos líderes, juntamente com outros militantes antiescravistas como Lopes Trovão, proprietário do jornal "O Combate", e Ferreira de Menezes, dono da "Gazeta da Tarde", foram ameaçados de prisão. A importância da "Revolta do Vintém" relaciona-se com a atuação dos abolicionistas do Rio de Janeiro, privilegiando, a partir daquele acontecimento, um público mais engajado, através de passeatas, palestras, conferências e comícios, além de uma imprensa mais atuante. O abolicionismo ganhou as ruas, tornando-se um reflexo também da insatisfação da população da cidade.

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