O FINANCIAMENTO DO CAFÉ


Comendador Luciano José de Almeida, 1849, proprietário da fazenda Boa Vista, em Bananal, uma das grandes produtoras de café do império.
Claude Joseph Barandier, coleção particular, óleo sobre tela.

Cédulas do tesouro nacional na época do Império.
Museu Histórico Nacional.

COMISSÁRIOS E O FINANCIAMENTO DO CAFÉ

Os comissários de café agiam como intermediários entre produtores e exportadores. Estabelecidos no Rio de Janeiro e depois também em Santos, eles adiantavam créditos para os fazendeiros, mediante garantia das futuras safras. Portanto, os cafeicultores dependiam dos comissários, verdadeiros representantes dos proprietários no mercado. Eles combinavam as funções de vendedor da produção de café, fornecedor de produtos às fazendas e de financiador da produção.

Até a metade do século, as relações entre ambos se pautavam por um caráter de amizade; os comissários eram os fiadores dos fazendeiros em virtude da inexistência de créditos agrícolas. No entanto, na medida em que começaram a surgir dificuldades na lavoura do Vale do Paraíba, o crédito sofreu um processo de retração, elevando-se automaticamente os juros e o endividamento dos cafeicultores. A função do comissário decorria da própria fragilidade das atividades capitalistas, que começavam a se desenvolver na segunda metade do século XIX. Normalmente, os comissários eram brasileiros; porém as exportações de café eram controladas por casas comerciais inglesas e depois americanas.

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