ESCRAVIDÃO URBANA


A confusão no chafariz da Igreja de Santa Rita é motivada pela disputa pela água do chafariz e pelo fato de estar longe da passagem de brancos e nobres. Assim, serviam de descanso para negros a serviço de seus senhores.
Eudar Hildebrandt, Platz in Rio de janeiro, 1844, aquarela no papel, 25.7 x 36.4 cm,
Museu Staatliche, Berlim, Alemanha.

"Cena de Rua", pintado por Emil Bauch em 1858, retrata a vida dos becos do Rio de Janeiro da época, com escravos executando funções como alforriados ou pelos seus senhores.
Cena de Rua, Emil Bauch.


ESCRAVIDÃO URBANA

Nas ruas das cidades do Império os escravos desempenhavam diversas funções, como artífices de qualquer produto que não fosse importado, carregadores, vendedores, etc. Viviam como domésticos, alugados por seus senhores ou como escravos de ganho. Muitos eram empregados nas manufaturas pioneiras, em especial no Rio de Janeiro. O trabalho manual era identificado com a escravidão e rejeitado pelos homens livres.

Com o crescimento urbano no século XIX, era comum ver nas cidades diversos cativos oferecendo os seus serviços. Parte da renda obtida destinava-se ao seu sustento e o restante era entregue aos senhores no final do dia ou semanalmente. Os proprietários não se preocupavam como eles obtinham o dinheiro. Esta situação causava vários roubos cometidos por escravos de ganho para poderem completar a quantia estipulada por seu senhor.

Diferente das áreas rurais, os escravos possuíam uma certa autonomia, pois trabalhavam longe do controle do senhor. As atividades urbanas tinham um especial significado para os cativos. Nas cidades, eles se confundiam com os libertos. Esta é uma das razões porque muitos escravos fugidos buscavam os centros urbanos. Estes eram verdadeiros esconderijos, principalmente o Rio de Janeiro, que se constituiu na maior cidade escravista da América na metade do século XIX. Apesar da especificidade da escravidão urbana, a violência do senhor e a resistência do escravo faziam parte do cotidiano.

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