O CHARQUE E OS FARRAPOS





















Coronel Bento Gonçalves da Silva responsável pelo início
da Guerra dos Farrapos.
Museu Histórico Nacional.











Proclamação do presidente da província do Rio Grande do Sul
a favor da legalidade e contra os revolucionários ‘farrapos’.
Porto Alegre, Tipografia de J. Girard, 1836.














Depois de derrotar, a 10 de setembro de 1836, as tropas legalistas comandadas por Silva Tavares, os revolucionários farroupilhas proclamaram a República Rio-Grandense. Havia um ano que Bento Gonçalves da Silva vencera pela primeira vez os legalistas.















Depois de várias vitórias, as tropas farroupilhas conseguiram dominar, no fim do ano de 1838, grande parte do território gaúcho. Em 1839, chegaram à vizinha Santa Catarina, conquistando Laguna em 24 de julho e, então, proclamando a República Catarinense.












Muitas batalhas foram travadas entre as forças farroupilhas e as tropas legalistas. Os principais combates foram os de Porto Alegre, ilha do Fanfa, Tapevi, Poncho Verde, Piratini, Rio Pardo, Laguna e Taquari.
Batalha dos farrapos, José Washington Rodrigues.












Depois da chegada do Barão de Caxias a Porto Alegre, onde assumiu os cargos de comandante das armas e presidente da província, a sorte da Guerra dos Farrapos mudou. Os revolucionários foram derrotados em Poncho Verde, Piratini, Canguaçu, Porongos e Arroio Grande.

O CHARQUE E OS FARRAPOS

A "Guerra dos Farrapos" ou "Revolução Farroupilha" ocorreu no Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845, e se estendeu a Santa Catarina. O movimento foi causado pelo conflito de interesses entre os poderosos locais e o governo central, que desfavorecia economicamente os pecuaristas gaúchos. Estes sustentavam-se com a venda de charque, couros e gado muar para as demais províncias. Os proprietários de terras e de escravos do Sudeste dependiam do charque para alimentar os cativos, mas consideravam absurdo o preço cobrado pelos gaúchos. Para contornar a situação, o governo central, que taxava o couro e o charque rio-grandenses, passou a favorecer, através das baixas tarifas alfandegárias, a importação do charque da região platina. Ele era mais barato devido à utilização de mão-de-obra livre em vez de escrava.. É claro que a concorrência externa afetou os interesses das elites sulistas, preocupadas em garantir o monopólio do mercado interno e acabou favorecendo as condições para um conflito do Sul contra o poder central. As lideranças farroupilhas desejavam uma maior autonomia política, mantendo os vínculos com o Império e preservando os seus interesses.

A "Revolução Farroupilha" começou em setembro de 1835, quando Bento Gonçalves, rico estancieiro e com larga experiência nos conflitos fronteiriços, liderou as tropas para a deposição do governador Antonio Rodrigues Fernandes Braga, indicado pelo poder central. Os fazendeiros gaúchos se opunham à nomeação dos presidentes de província pelo governo regencial. As tropas dos farroupilhas ocuparam Porto Alegre, enquanto as governamentais se estabeleceram em Rio Grande. No ano seguinte, as forças imperiais retomaram Porto Alegre. Bento Gonçalves foi preso e enviado para a Bahia. Apesar da derrota, os revoltosos fundaram, em 1838, a República de Piratini, cuja presidência coube a Bento Gonçalves, que havia fugido da prisão. Os farroupilhas, em 1839, liderados por Davi Canabarro, conquistaram Laguna, no sul catarinense, fundando a República Juliana. A atuação do italiano Giuseppe Garibaldi, que participou posteriormente da unificação de seu país, destacou-se nesta fase da farroupilha.

O governo imperial agiu de forma cautelosa com os revoltosos gaúchos. Afinal, apesar da denominação farroupilha - uma forma depreciativa que os adversários do movimento encontraram para designar as tropas, que viviam maltrapilhas - , estava lidando com as elites locais. Além deste aspecto, a região tinha um grande valor estratégico na política imperial no Prata. Através de combates e concessões, como a promessa de anistia aos rebeldes, o poder central conseguiu pôr fim aos conflitos. Destacou-se nessa política de "pacificação" a figura de Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, nomeado em 1842 para presidente da província. O governo perdoou os revoltosos, que foram incorporados ao Exército imperial.


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