A ATUAÇÃO DO BARÃO DE MAUÁ


Irineu Evangelista de Souza, o "Visconde de Mauá", foi o grande responsável pelo desenvolvimento industrial do Brasil.
Coleção Paulo César de Andrade.


Irineu Evangelista de Souza ainda Barão.

A ATUAÇÃO DO BARÃO DE MAUÁ

Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), Barão e depois Visconde de Mauá, participou ativamente do processo de mudanças ocorridas no sudeste, a partir de 1850. Nascido em Arroio Grande, no Rio Grande do Sul, teve uma infância pobre. Viajou para o Rio de Janeiro, onde aos dezesseis anos empregou-se como caixeiro em uma casa comercial inglesa, Carruthers e Cia., tornando-se sócio sete anos depois. Em 1840, foi à Inglaterra, visitando fábricas e estabelecimentos comerciais. Mauá retornou ao Brasil bastante impressionado com o desenvolvimento industrial britânico.

Mauá adquiriu, em 1846, o estaleiro da Ponta da Areia, em Niterói. Paralelamente desenvolveu outros setores da produção: fundição de ferro e bronze, caldeiraria, serralharia, mecânica, etc. Um ano depois, este conjunto industrial, que já contava com 1.000 operários, fabricava encanamentos para água, caldeiras para máquinas a vapor, serras, guindastes, prensas e outras maquinarias, além da construção de 72 navios. Os empreendimentos de Mauá se estenderam a outros setores industriais como fábricas de velas e curtumes.

Mauá se destacou no setor de serviços públicos, transportes e comunicações pelo seu pioneirismo. Fundou a Companhia de Gás para iluminação das ruas do Rio de Janeiro, associou-se a capitais norte-americanos para o estabelecimento de uma empresa de bondes puxados a burro, a "Botanical Garden Rail Road Company", que ligava os bairros da Tijuca e Botafogo. Organizou companhias de navegação no Rio Grande do Sul e Amazonas. Para atender às necessidades de escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba, inaugurou, em 1854, a primeira ferrovia no Brasil ligando o Porto de Estrela, no Rio de Janeiro, à raiz da serra de Petrópolis, com uma extensão de 18 Km. Participou também, com capitais ingleses, da construção de ferrovias no Recife, em São Paulo e da Estrada de Ferro Pedro II, futura Central do Brasil. Introduziu o telégrafo submarino, que permitiu a ligação telegráfica entre o Brasil e a Europa. Mais tarde, vendeu a concessão a uma empresa britânica pelo preço simbólico de uma libra.

Fundou o Banco Mauá, MacGregor e Cia com filiais em Londres, Paris, Nova York, Montevidéu, Buenos Aires, além de outras cidades uruguaias, argentinas e brasileiras. Os depósitos do Banco Mauá representavam, em 1857, aproximadamente 40% dos demais existentes no Brasil. Ele era, na época, a grande fonte de crédito e desfrutava de uma grande confiança junto aos empreendedores. Irineu Evangelista de Souza foi o protótipo do grande capitalista. Tornou-se o pioneiro de diversas atividades, em uma época de prosperidade que se apoiava em bases frágeis com graves contradições, derivadas da sociedade escravista.

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