OESTE PAULISTA


Escudo de armas do Império do Brasil feito em chapa de metal no século XIX. Aqui, uma breve descrição do escudo de armas transcrita do documento de apresentação da arte a D. Pedro II: "Em campo verde uma esfera armilar de ouro, atravessada por uma cruz da Ordem de Cristo, sendo circundada a mesma por uma esfera de 19 estrelas de prata (as 19 províncias compreendidas entre os grandes rios que são os seus limites naturais) em uma orla azul; e firmada a coroa real diamantada sobre o escudo, cujos lados serão abraçados por dois ramos de plantas de café e de tabaco como emblemas de sua riqueza comercial, representados na sua própria cor, e ligados na sua parte inferior pelo laço da nação. A bandeira nacional será composta de um paralelograma verde e nele inscrito um quadrilátero romboidal cor de ouro, ficando ao centro deste o escudo de armas do Brasil".
O escudo e a bandeira são atribuídos a Debret, assim
como a descrição acima. Coleção Particular.


A Vila de Itú, São Paulo, em 1827.
Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Jean Baptiste Debret,
desenho aquarelado, Museu Castro Maya.

OESTE PAULISTA: NOVA ÁREA CAFEEIRA

A região cafeicultora do Oeste Paulista não corresponde rigorosamente ao oeste geográfico. Esta nova área da produção de café divide-se, inclusive, em duas: o "oeste velho", com centro em Campinas, e o "oeste novo", a partir de Ribeirão Preto. Existiam, anteriormente, algumas lavouras de açúcar que se transformaram em imensos cafezais, a partir de 1870. A disponibilidade de terras facilitou a expansão cafeeira no Oeste Paulista, ao contrário do Vale do Paraíba, que se ressentiu do esgotamento do solo. Em ambas, as lavouras se caracterizaram pela forma de plantation e com a utilização plena do braço escravo, sendo que, na segunda, o cativo foi sendo substituído paulatinamente pelo imigrante, em virtude da carência de mão-de-obra após a paralisação do tráfico africano, em 1850.

A lavoura cafeeira do oeste paulista se beneficiou das novas condições internacionais e internas após 1870. O capitalismo, em expansão, carreou recursos para as regiões exportadoras de matérias-primas. Foram efetuados investimentos no setor de serviços e transportes, como uma malha ferroviária que levava o café para o porto de Santos, mais próximo do que o do Rio de Janeiro. Os fazendeiros paulistas tinham recursos para adquirir as descobertas técnicas do setor cafeeiro, situação diferente dos seus pares do Vale do Paraíba em crise. O esgotamento do solo, grande problema dos cafeicultores do Vale do Paraíba, não afetava o Oeste Paulista: havia uma grande disponibilidade de terras férteis - "terras roxas" - utilizadas para o plantio do café.

A produção do Oeste Paulista se expandiu quando se buscava alternativas para o trabalho escravo. Apesar da utilização do cativo em muitas fazendas da região, os proprietários podiam atrair, mais facilmente, o imigrante para as suas lavouras que estavam em plena produtividade, diferente do Vale do Paraíba. Embora predominasse uma mentalidade escravista entre os senhores de café paulistas, a nova realidade, com a paralisação do tráfico, os obrigou a serem mais flexíveis em relação ao trabalho livre.


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