A IMPRENSA ABOLICIONISTA


José do Patrocínio foi um dos maiores abolicionistas,
espalhando suas idéias através de seus artigos e escritos.


Folha do Livro de Ouro, onde a Câmara Municipal
passava as cartas de liberdade.

A IMPRENSA ABOLICIONISTA

A intensificação do abolicionismo na década de 1880 não podia ser omitida pela imprensa. Ela noticia assuntos que refletem, de uma forma ou de outra, os interesses dos leitores. Assim, nada mais natural que, no período, o escravo ocupasse os vários espaços dos jornais. Joaquim Nabuco os considerava como os documentos mais importantes para retratar a escravidão, pois a "fotografavam" de uma forma "mais verdadeira do que qualquer pintura".

No início, as adversidades para o desenvolvimento de publicações abolicionistas eram imensas. Todavia, já na primeira metade do século XIX, no Rio de Janeiro, circularam diversos pasquins criticando a escravidão, embora tivessem um alcance limitado e uma tiragem pequena, chegando a 400 ou 500 exemplares. Antes da década de 1880, os militantes antiescravistas não tinham acesso fácil aos jornais de prestígio, pois estes adotavam uma posição cautelosa devido à dependência dos anunciantes, muitos deles senhores de escravos. Apesar da crise do escravismo e da ampliação dos grupos sociais urbanos contrários ao cativeiro, nem todos os jornais aderiram à campanha abolicionista.

A "Gazeta de Notícias", de Ferreira de Araújo, fundada em 1876, foi o pioneiro na cidade do Rio de Janeiro. "O Abolicionista", criado em 1880 pela Sociedade Brasileira contra a Escravidão, tinha como preocupação primordial a "péssima imagem" do Brasil no exterior por causa da escravidão. A "Revista Ilustrada", do imigrante italiano Angelo Agostini, criticava de uma forma satírica, através de charges, o trabalho escravo e seus defensores. Os jornais de José do Patrocínio, a "Gazeta da Tarde", durante toda a década de 1880, e o "Cidade do Rio", a partir do final de 1887, tiveram um papel destacado na campanha abolicionista na capital do Império. Na redação da "Gazeta da Tarde", na Rua Uruguaiana, no centro da cidade, organizou-se, em 1883, a Confederação Abolicionista. Em São Paulo, o jornal "Redenção", criado em 1887 por Antonio Bento, mobilizou os "caifazes", militantes que empreendiam ações radicais como fugas e sublevações de escravos.

Estes jornais publicavam tudo o que pudesse contribuir para o avanço das idéias contrárias ao escravismo: resumos de conferências, datas e locais de eventos destinados à obtenção de fundos para a campanha, alforrias e violências cometidas contra os escravos. Tiveram um papel fundamental na extinção legal da escravidão no Brasil, na medida em que veiculavam a campanha abolicionista.

1 comentários:

Unknown | 2 de dezembro de 2019 às 03:55

MUITO OBRIGADO AJUDOU MINHA FILHA NA PROVA DE HISTORIA

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