TRANSAÇÃO E CONCILIAÇÃO POLÍTICA











TRANSAÇÃO E CONCILIAÇÃO POLÍTICA

A conciliação das elites derivada de uma transação política ocorreu após o término da Praieira, em 1848. As diversas revoltas marcaram profundamente o período de 1831 a 1850. Com a derrota daquelas manifestações, o Estado consolidou-se, garantindo o monopólio da violência e sedimentando a estrutura político-jurídica conservadora e centralizadora. As novas condições econômicas, derivadas da expansão cafeeira, contribuíram para os acordos. Afinal, segundo as elites políticas, o Império necessitava de "paz e prosperidade" para ingressar no rol das nações "civilizadas".

A conciliação das elites políticas não era difícil. Liberais e conservadores não tinham grandes problemas para chegar a um entendimento, em especial pelas suas origens comuns e pela existência de uma certa homogeneidade de pensamento existente na sua formação. As divergências foram postas de lado, pelo menos temporariamente, para a preservação da ordem. Esta conciliação implicou no estabelecimento de acordos políticos que garantissem os interesses da grande propriedade. Eles deveriam ser feitos com o aval dos dois partidos, isolando os elementos "radicais".

Após o golpe da maioridade, os liberais assumiram o primeiro ministério de Pedro II. Entretanto, as dificuldades para acabar com a Revolta Farroupilha provocaram a sua substituição por um Gabinete conservador, em 1841. A dissolução da Câmara, de maioria liberal, provocou as revoltas de 1842. Apesar de derrotados, os liberais foram convocados pelo imperador para formar um novo ministério, em 1844. Eles governaram de 1844 a 1848, adotando medidas defendidas pelos conservadores. Em 1844, aprovaram as tarifas Alves Branco elevando as taxas de importação de produtos estrangeiros. Em 1846, fizeram uma reforma eleitoral estabelecendo normas de controle em relação ao eleitor.

Os conservadores assumiram o governo em 1848. Foram os que mais governaram o Império. Em 1853, foi criado o Gabinete da Conciliação, composto por liberais e conservadores, sob a liderança de Honório Hermeto Carneiro Leão, o Marquês do Paraná. A fase dos "radicalismos" terminou; os "elementos extremados" foram derrotados com o fim da Praieira. As elites políticas chegaram à transação, segundo o jornalista Justiniano José da Rocha, que vivenciou o período. A ordem foi mantida garantindo a prosperidade das elites, através da violência e da utilização do trabalho escravo.

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