REGÊNCIA DE ARAÚJO LIMA


REGÊNCIA DE ARAÚJO LIMA

Pintura do rosto de Araújo Lima, segundo regente
único do período regencial.
Anônimo, Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico de Pernambuco.


Com a renúncia de Feijó, em 1837, e a posse interina de Araújo Lima, iniciou-se o processo de centralização para consolidar o Estado Imperial. Araújo Lima, assim que assumiu, nomeou um novo ministério que ficou conhecido como "Ministério das Capacidades", por causa da participação de nomes expressivos que controlaram a cena política do Império. Eles representavam a maioria conservadora existente na Câmara. O ministério foi também um verdadeiro "Gabinete Parlamentar", com destaque para Bernardo Pereira de Vasconcelos, responsável pelas pastas da Justiça e Império.

A regência de Araújo Lima foi marcada pela preocupação com a ordem, ameaçada pelas revoltas provinciais. Ele tentou estabelecer mecanismos jurídicos que avalizassem o projeto de organização do Estado Imperial dessas elites centralizadoras e buscou revogar algumas leis anteriores, como o Ato Adicional e o Código de Processo, consideradas responsáveis pela "anarquia". A repressão do governo aos diversos movimentos aumentou devido ao receio de um esfacelamento territorial.

Duas medidas marcaram, culturalmente, a Regência Araújo Lima. A primeira foi a criação do Imperial Colégio Pedro II, em 2 de dezembro de 1837, dia do aniversário do imperador. O colégio deveria preparar jovens talentosos para participarem do poder, com respeito às leis e às instituições. O educandário transformou-se em um dos mais conceituados estabelecimentos de ensino do Brasil. A segunda medida relacionou-se à fundação, em 1838, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cuja. missão era pensar a história nacional de uma forma homogeneizada, dando uma identidade própria ao Estado em formação.

Araújo Lima foi eleito definitivamente em 1838, com 4.308 votos. Uma votação expressiva, se comparada aos 2.826 obtidos por Feijó quatro anos antes. Entretanto, este quadro não lhe deu respaldo suficiente para a aprovação dos projetos de centralização do Estado. As dissensões internas das elites criaram dificuldades para o regente. Em função destes obstáculos, articulou-se a antecipação da maioridade do imperador Pedro II, efetuada em 1840 e que pôs fim ao período regencial.

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