IMIGRANTES E PRODUÇÃO DE SUBSISTÊNCIA


Imigrantes alemães fundaram a Colônia Dona Francisca (atual Joinville), na província de Santa Catarina, com um dote da princesa de Joinville. Foto de 1866.
J. O. L. Niemeyer, coleção Dona Thereza Christina Maria,
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

Gravura de Nova Friburgo, local que abrigou uma das colônias suíças do Brasil.
Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa.

Procedência de alguns grupos alemães para a Região Sul do Brasil, segundo a localidade - 1824/1878

Localidade

Fundação

Procedência

São Leopoldo (RS)

1824

Hunsrück, Saxónio, Würffemberg, Saxônia-Coburg
Santa Cruz (RS)

1849

Renânio, Pomerânio, Silésia
Santo Ângelo (RS)

1857

Renônio, Saxônia, Pomerânio
Novo Petrópolis (RS)

1859

Pomerónia, Soxônio, Boêmia
Teutônia (RS)

1868

Westfália
São Lourenço (RS)

1857

Pomerânia, Renânia
Blumenau (SC)

1850

Pomerônia, Hoistein, Hannover, Braunschweig, Saxônio
Busque (SC)

1860

Bode, Oldenburgo, Renânia, Pomerânio, Schieswig-Holstein, Braunschweig
Joinville (SC)

1851

Prússia, Oldenburgo, Schieswig-Holstein, Hannover, Suíça
Curitiba (PR)

1878

Teutos do Volgo
Santo Isabel (ES)

1847

Hunsrück, Pomerânio, Renânia, Prússia, Saxônio
Santa Leopoldina (ES)

1857

Pomerânia, Renônia, Próssia, Saxônia

Fonte: Willens, Emílio. A aculturação dos alemães no Brasil estudo antropológico dos imigrantes alemães e seus descendentes no Brasil. 2. ed. São Paulo : Nacional, 1980. p. 38-39.
Nota: Tabela elaborado pelo autor.

IMIGRANTES E PRODUÇÃO DE SUBSISTÊNCIA

Na primeira metade do século XIX, o governo incentivou o povoamento de algumas regiões por imigrantes portugueses, suíços e alemães. Esses núcleos de colonização, organizados em médias propriedades, foram estabelecidos no Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eles recebiam terras do Estado e tinham a finalidade básica de ocupação de regiões despovoadas. A falta de continuidade no apoio governamental e a dificuldade de colocação de seus produtos no mercado, em virtude da estrutura escravista, causaram o fracasso da maioria dessas experiências, enquanto os colonos ficaram restritos à lavoura de subsistência ou ao comércio local. Elas permitiram, entretanto, que posteriormente se desenvolvessem núcleos importantes de imigrantes, em especial no Sul do país.

Merecem destaque nesta fase os suíços em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e a colonização alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e Blumenau, Brusque e Dona Francisca (atual Joinville), em Santa Catarina. A partir de 1870, o Império incentivou o estabelecimento de italianos no Rio Grande do Sul, sendo Caxias do Sul o núcleo mais importante, especializando-se no cultivo da uva e na produção do vinho. Apesar das dificuldades, essas colônias foram responsáveis por uma produção de verduras e frutas, assim como a criação de porcos e galinhas para o mercado local. Também deram início às primeiras manufaturas de derivados da carne, de laticínios e de cerveja.

Essas colônias não atendiam aos interesses das elites agrárias, em especial aquelas ligadas à lavoura cafeeira em expansão e que começavam a se ressentir da paralisação do tráfico negreiro. Paralelamente ao estabelecimento desses núcleos coloniais, iniciou-se uma nova política de atração do imigrante para substituir a mão-de-obra escrava na cafeicultura.

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