A ATUAÇÃO DO IMPÉRIO NA IMIGRAÇÃO

Estimativas de imigração portuguesa no Brasil
períodos de 1 500-1 580 a 1 891 -1 991

Períodos

Estimativa 1

Estimativa 2

Média anual 1

Média anual 2

1500-1580

(1) 280.000

(1) 3.500

1581-1640

100.000

(1) 300.000

500

(1) 5.000

1641-1700

(1) 120.000

(1) 2.000

1701-1760

600.000

10.000

1808-1817

24.000

2.666

1827-1829

2.004

668

1837-1841

629

125

1856-1857

16.108

8.054

1881-1900

316.204

15.810

1901-1930

754.147

25.138

1931-1950

148.699

7.434

1951-1960

235.635

23.563

1961-1967

54.767

7.823

1981-1991

4.605

406

Fonte: Godinho, Vitorino Magalhães. Estrutura do antiga sociedade portuguesa. 2. ed. Lisboa Arcódia, 1 975. p. 57; Serrao, Joel. A emigração portuguesa. 4. ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1 982. p. 33; Lobo, Eviália Maria Lahmeyer. Portugueses en Brasil en el sigla XX. Madri : Editorial Mapfre, 1 994. P. 32 e 246; Pereira, Mírian Halpern. A política portuguesa de emigração : 1 850-1 930. Lisboa : A Regra do Jogo Ed., 1 981. p. 20; Coates, Timothy. Degredados e órfãos : colonização dirigida pela Coroa no império português, 1 550-1 755. Lisboa : Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1 998. p. 278; Martinho, Lenira Menezes, Gorenstein, Riva. Negociantes e caixeiros na sociedade da independência. Rio de Janeiro : Secretaria Municipal de Cultura, 1993. p. 81; EI-Kareh, Almir Chaiban. Imigração e marginalização : a política imigratória do governo imperial brasileiro nos anos 1850. Revista de Ciências Históricas do Universidade Portucalense, v. 1 1, p. 21 0, 1 996; Antico, Cláudia. Imigração internacional no Brasil durante a década de 80 : explorando alguns dados do censo de 1 991 . ln : Encontro Nacional de Estudos Populacionais do ABEP 1 l., 1 998. Anais... Belo Horizonte : ABEP 1998. p. 673.

Nota: Foi respeitada a periodização indicado pelos autores.
(1) Conjunto do império colonial português.

Tabela 1 - Imigração alemã no Brasil períodos de 1824-1847 a 1960-1969

Períodos

Imigrantes

1824-1847

8.176

1848-1872

19.523

1872-1879

14.825

1880-1889

18.901

1890-1899

17.084

1900-1909

13.848

1910-1919

25.902

1920-1929

75.801

1930-1939

27.497

1940-1949

6.807

1950-1959

16.643

1960-1969

5.659

Fonte: Mauch, Claudia, Vasconcelos, Naira (Org.). Os alemães no sul do Brasil: cultura, etnicidade e história.
Canoas : Ed. Ulbra, 1 994. D. 165.

A ATUAÇÃO DO IMPÉRIO NA IMIGRAÇÃO E TRABALHO LIVRE

O Estado começou a atuar efetivamente na imigração para o trabalho na lavoura do café a partir de 1870, visando atender aos interesses dos fazendeiros das novas áreas em função da crise do escravismo e do fracasso do sistema de parceria. Iniciou-se um processo de "imigração subvencionada". Em especial, o governo provincial de São Paulo desenvolveu um intenso programa de propaganda na Europa, aliado ao pagamento da passagem dos imigrantes. Os proprietários interessados arcavam com as despesas dos colonos durante o primeiro ano de estadia no país. Eles recebiam um salário fixo anual, geralmente baixo, acrescido de um percentual que variava de acordo com o volume da colheita. A atuação do governo foi fundamental, pois eliminou uma das principais áreas de atrito entre fazendeiros e colonos que era o financiamento da viagem. O apoio do Estado intensificou-se no final do Império, com auxílios pecuniários aos imigrantes, passagens gratuitas nas ferrovias e hospedagem durante alguns dias antes de se estabelecerem nas fazendas.

Na década de 1870 foram introduzidos milhares de imigrantes em São Paulo, principalmente italianos e portugueses. O grande impulso ocorreu nos últimos anos do Império, às vésperas da abolição da escravidão. Em 1887, ingressaram 32.000 e em 1888, 90.000 imigrantes. As medidas tomadas pelo governo provincial, como a criação da Sociedade Promotora de Imigração, incentivaram a grande corrente migratória para São Paulo. À medida que se generalizava o trabalho livre, ficavam mais evidentes as limitações da escravidão. A proximidade da abolição foi, portanto, o maior estímulo ao aumento da imigração européia.

Muitos imigrantes que se dirigiram para as áreas rurais, principalmente a lavoura do café, abandonaram as fazendas, desiludidos em virtude das precárias condições de vida. Alguns retornaram aos seus países. Outros foram para as cidades, dedicando-se ao comércio ou às indústrias nascentes. Muitos já vieram para o Brasil com este objetivo. Em 1872, de um total de 275.000 habitantes da população do Rio de Janeiro, 84.000 eram estrangeiros, enquanto em São Paulo o índice atingia aproximadamente 20% no final do Império. Este grande contingente formou uma boa parcela dos trabalhadores assalariados urbanos, contribuindo sobremaneira para acelerar a crise do escravismo.

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