A INFLUÊNCIA EUROPÉIA


Benjamin Constant foi altamente influenciado pelas
idéias do francês Auguste Comte.
Museu Histórico Nacional.

A INFLUÊNCIA DAS IDÉIAS EUROPÉIAS

A partir de 1870, amplos setores da sociedade brasileira,principalmente aqueles que viviam nas cidades, começaram a contestar a escravidão, considerada responsável pelo "atraso" do país frente às demais nações "civilizadas". À medida que o capitalismo se expandia, paralelamente ao crescimento urbano, o escravismo mostrava, de uma forma mais clara, as suas contradições. O aumento da resistência negra contribuía para a busca de uma solução para a denominada "questão servil". Com os olhos voltados para a Europa, escritores, jornalistas, alguns políticos, professores e militares, entre outros, absorviam as idéias que exaltavam o "progresso" como meta a ser atingida pelo homem, através de todo um processo de valorização do trabalho livre.

O requinte da "civilização" européia e o dinamismo de suas realizações, principalmente da França e da Inglaterra, eram adotados como modelos pelos militantes antiescravistas. A idéia de "progresso" tornou-se a meta irreversível das sociedades inspirando várias correntes de pensamento, especialmente na segunda metade do século XIX. A penetração destas idéias entre a intelectualidade brasileira no período é inquestionável, sendo o inglês Herbert Spencer um dos teóricos que mais a influenciaram, assim como o francês Auguste Comte, ideólogo do positivismo. "Progresso", "civilização" e "ciência" eram palavras que estavam presentes nos discursos contra a escravidão. Estes discursos, portanto, adequavam-se às aspirações desta elite intelectual que desejava a implementação de reformas, garantindo a "modernização" da sociedade e associando "progresso" com liberdade, em oposição à escravidão e ao obscurantismo. Entretanto, esse ideário, no Brasil assumiu uma faceta conservadora, em virtude de sua convivência com a secular estrutura escravista.

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