VALE DO PARAÍBA











O crescimento da economia cafeeira interferiu bastante na política do Império. Acima, fazenda de café entre a vila de Magé e a Serra dos Órgãos.
Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa.

VALE DO PARAÍBA: BERÇO DO CAFÉ

O vale do rio Paraíba do Sul, em especial a região ocidental fluminense correspondente aos municípios de Resende, Barra Mansa, Vassouras, Valença, Piraí, São João Marcos e Paraíba do Sul, foi o grande centro produtor de café do Império. Em São Paulo, destacaram-se Areias, Bananal e Taubaté. Cantagalo, na parte oriental do Rio de Janeiro, tornou-se, posteriormente, um importante pólo cafeicultor. A expressão "o Brasil é o Vale" serve para aquilatar como a área sustentou economicamente o Estado Imperial.

O médio Paraíba apresentava as condições geográficas ideais para o desenvolvimento da cafeicultura: ausência de escarpas ásperas, predominando a "meia laranja", ou seja, uma série de ondulações pouco abauladas, com altitudes variando de 200 a 550 m; temperatura média anual em torno de 22ºC. e regime pluviométrico caracterizado por um inverno seco e com chuvas abundantes no verão. O cafeeiro não se aclimata com o calor excessivo, terrenos baixos e com alto grau de umidade. Necessita de proteção contra os ventos, dada pelos morros, até atingir o seu pleno desenvolvimento.

A região, no início do século XIX, era quase toda coberta por uma floresta virgem. No setor ocidental, pouco habitado, circulavam as tropas de muares para a região mineira, enquanto os indígenas dominavam a parte oriental. Os principais centros populacionais encontravam-se no litoral. A serra estava praticamente abandonada, existindo apenas alguns pousos de tropeiros.

A lavoura cafeeira sofreu um grande impulso após a vinda do governo português para o Brasil, em 1808. A Coroa Portuguesa privilegiou elementos da burocracia governamental e comerciantes, concedendo uma verdadeira enxurrada de sesmarias para ocupar as terras próximas à capital. Também antigos mineradores se estabeleceram na região, após o declínio da produção aurífera, às margens dos velhos "caminhos do ouro". Torna-se importante ressaltar, ainda, a fixação no Vale do Paraíba, de elementos anteriormente ligados ao setor mercantil de gêneros alimentícios e de animais que, originário de Minas Gerais, articulava-se com o Rio de Janeiro. Assim, o início da cafeicultura contou com recursos internos, provenientes de várias fontes.


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