CLIENTELISMO E TRANSAÇÃO








A política no período imperial era baseada em concessões e acordos. Assim, a escravidão era mantida de acordo com os interesses dos senhores de terra. Acima, habitação de escravos.
Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa.

CLIENTELISMO E TRANSAÇÃO


As elites no Brasil adotaram uma política clientelista, ou seja, estabeleceram uma rede de favores visando garantir o monopólio do poder. Elas buscaram sempre o entendimento através de acordos e transações. A viabilização destas práticas era possível graças ao aspecto homogêneo das elites no conjunto da sociedade brasileira. A manutenção da escravidão, por exemplo, era um compromisso das elites políticas com a propriedade fundiária. Além disso, muitos membros do governo serem donos de terras e de escravos. Em uma estrutura escravista existiam poucos canais de ascensão social que não estivessem vinculados à propriedade da terra. Assim, o Estado Imperial, desde a independência, utilizou uma prática muito enraizada na vida política do Brasil: o aliciamento para obter lealdade. As concessões de cargos e títulos eram práticas corriqueiras. Logo após a independência, José Bonifácio, por exemplo, criticava Pedro I pelos inúmeros títulos de barões e viscondes dados a elementos da burocracia governamental. Joaquim Nabuco, deputado no final do Império, afirmava que o emprego público era uma "vocação de todos".

Assim, o Estado tornava-se abrigo das elites que não participavam diretamente da agricultura escravista, embora se beneficiassem do trabalho escravo em outras atividades. Por outro lado, muitos que se refugiavam no serviço público ou na carreira política tinham relações familiares com a estrutura agrária escravista. Portanto, as divergências eram mínimas em relação à organização do Estado, favorecendo os acordos e a transação política que marcaram profundamente o segundo reinado.

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