O GOLPE DA MAIORIDADE





















Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, presidente do Clube da Maioridade.

Museu Histórico Nacional.


O GOLPE DA MAIORIDADE

Durante o período regencial, muitos representantes das elites vinculavam as revoltas provinciais à fragilidade do governo e à inexistência de um poder que estivesse acima dos interesses em jogo. Para esses setores, a antecipação da maioridade de Pedro II resolveria a "crise de autoridade", restabelecendo um poder "neutro" e não partidário, evitando que as divergências ultrapassassem os salões da Câmara. O primeiro projeto foi apresentado em 1835, sendo rejeitado por sua inconstitucionalidade. Diversas propostas começaram a ser discutidas, antes dele atingir os 18 anos, em 1843.

Quando os regressistas assumiram a regência, com Araújo Lima, a questão ganhou maior ímpeto no bojo das medidas centralizadoras. Ela interessava tanto aos regressistas, ou conservadores, quanto aos progressistas, ou liberais. Estes viam na antecipação da maioridade uma forma de retornarem ao poder, perdido com a renúncia de Feijó. Os regressistas consideravam a medida fundamental para a consolidação da monarquia, embora momentaneamente fizessem restrições por estarem no governo. Em 1840, foi fundado o Clube da Maioridade, presidido por Antônio Carlos de Andrada, contando entre os seus membros com muitos políticos liberais, que se opunham à Regência Araújo Lima. Através de jornais e panfletos, eles levaram a campanha da maioridade para as ruas.

Os "maioristas", como ficaram conhecidos os defensores da antecipação da maioridade, apresentaram um projeto, em 1840, para que o imperador assumisse as suas funções. Os conservadores, tentando evitar a aprovação da medida pela Câmara, suspenderam as sessões parlamentares. No entanto, os liberais apelaram para o Senado, constituindo uma comissão para propor pessoalmente a D. Pedro II que aceitasse ascender ao trono. Em 23 de julho de 1840, o imperador, ainda com quatorze anos, prestou juramento perante a Assembléia, extinguindo-se assim o período regencial. Um verdadeiro "golpe" dos liberais que preservou a essência conservadora do regime.

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