FERROVIAS E CAFÉ
















A grande festa de abertura da Estrada de Ferro Mauá no Rio de Janeiro, em 1855.
Desenho de Sisson para a revista O Brasil Ilustrado.















Plantação de café na província do Rio de Janeiro.
Desenho aquarelado, J. Steinmann, publ.
Rio de Janeiro, 1837.







Estrada de Ferro D. Pedro II, inaugurada, em 1858, para o transporte do café.
Museu Histórico Nacional.

FERROVIAS E CAFÉ

Os capitais ingleses atuaram na construção das estradas de ferro no Brasil. Com a Revolução Industrial e a expansão do capitalismo na Europa Ocidental, em especial na Inglaterra, muitos investimentos foram feitos no setor de serviços em países não-industriais. O objetivo era facilitar o escoamento de matérias-primas e produtos agrícolas. Assim, as áreas cafeeiras fluminense e paulista foram privilegiadas pelos investidores, pois o café era o principal gênero de exportação. A construção das ferrovias ocasionou um grande impacto. Elas proporcionaram um maior contato com as inovações técnicas, reduziram o preço do frete, aumentaram as comunicações e liberaram recursos e mão-de-obra.

A primeira ferrovia foi inaugurada em 1854, ligando o porto de Mauá, no fundo da Baía de Guanabara, à raiz da serra da Estrela, visando alcançar Petrópolis e depois o Vale do Paraíba. Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, atuou com destaque neste empreendimento, mas o trecho que ligaria Petrópolis à área cafeeira fluminense não foi concluído. Em 1864, com a participação de capitais ingleses, foi construída a Estrada de Ferro Pedro II (depois Central do Brasil), devido às pressões dos cafeicultores de Vassouras. Ela serviu para prolongar a rentabilidade de muitas fazendas do Vale do Paraíba fluminense, oneradas com as pesadas despesas de transporte.

Em São Paulo, as ferrovias foram direcionadas especialmente para Santos, que se tornou, depois do Rio de Janeiro, já no final do século, o principal porto de escoamento da produção cafeeira. A primeira ferrovia foi a Santos-Jundiaí, inaugurada em 1867. A sua importância pode ser avaliada pela diminuição do preço de transporte de café, reduzido em torno de 35%. A partir de 1870, com a criação da Paulista, Mogiana e a Sorocabana, as novas zonas de expansão da cafeicultura do interior de São Paulo foram beneficiadas. A rede ferroviária de São Paulo acompanhou a "marcha do café" para o oeste.

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