BALAIADA
















O major Luís Alves de Lima e Silva foi responsável por sufocar a Balaiada, ganhando ao final da revolta o título de Barão de Caxias através de D. Pedro II.
Museu Histórico Nacional.


BALAIADA

A Balaiada, uma revolta ocorrida no sul do Maranhão e Piauí, surgiu, inicialmente, pelas divergências entre as elites locais: os bentevis (liberais) e cabanos (conservadores). As rivalidades ganharam proporções maiores a partir de 1838, fugindo ao controle das facções políticas. Um incidente, em 13 de dezembro de 1838, envolvendo o vaqueiro Raimundo Gomes, foi o estopim do movimento. Quando transportava uma boiada do padre Inácio Mendes (bentevi), Gomes foi interceptado pelo subprefeito da vila do Manga, o cabano José Egito. Ele desejava recrutar alguns homens da tropa e prender o irmão de Gomes. Após reagir ao recrutamento e invadir a cadeia local, o vaqueiro fugiu e recebeu várias adesões, entre as quais a de Francisco Alves Ferreira, vendedor de balaios (razão para o nome da revolta). Outro personagem importante foi o preto Cosme, que mobilizou três mil escravos fugidos.

A composição do movimento, que não tinha um programa político definido, era de segmentos humildes, como escravos fugidos e sertanejos, que lutavam contra as arbitrariedades da elite. A ampliação da revolta se estendeu por diversos pontos da província do Maranhão - com aproximadamente 200 mil habitantes -, chegando a ocupar Caxias, segunda maior cidade da região, em 1839. Lá, os balaios organizaram um governo, incorporando os bentevis locais. A Balaiada teve uma imensa repercussão no Rio de Janeiro, da mesma forma que a Cabanagem, pelo seu sentido de incorporar as camadas sociais marginalizadas pelas elites. A ação das forças governamentais, chefiadas por Luís Alves de Lima e Silva, desbaratou os balaios em 1840. Seus líderes foram mortos em combate ou condenados à pena capital, caso do preto Cosme, enforcado em 1842. A província do Maranhão, onde quase metade da população era de escravos envolvidos na lavoura algodoeira, foi "pacificada" e Luís Alves de Lima e Silva acabou obtendo o título de Barão de Caxias.

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